Ternos para elas – A influência de looks masculinos no vestuário das mulheres
Uma década depois, em 1930, Marlene escandalizou o cinema e o mundo em um modelo de terno e gravata para o filme Morocco, de Josef Von Sternberg. O look tipicamente masculino gerou certo desconforto no público.
“Marlene Dietrich, que fez do terninho seu emblema, zomba das convenções, pois as mulheres da época não usavam calças e isso ajudou a mudar uma visão ultrapassada que vigorava na época, exprimindo a necessidade então emergente de reposicionamento feminino na sociedade, em busca da sua própria afirmação, principalmente no trabalho”, segundo o blog Estético e o Belo.
Foto: Marlene Dietrich e o terno que causou frisson no cinema e fora dele Via Docilitate
Marlene Dietrich ditou a moda nas telonas juntamente com o contexto histórico das grandes guerras – a moda de incluir looks masculinos no guarda roupa era mais do que necessário, como explica oportal Bolinhas:
“O período da Primeira Guerra fortaleceu a masculinização, como aconteceria depois durante a Segunda Guerra também. Devido a maior participação feminina no mercado de trabalho, por uma questão de praticidade e escassez de recursos, a moda moldou-se à nova realidade. As sufragistas – mulheres que lutavam pelo direito ao voto feminino – tinham um estilo bem particular, usavam gravatinhas com camisas, como os homens, o que combinava bem com seu ideal de promover a causa da emancipação feminina.”
Coco Chanel exerceu grande influência no uso de suéteres e tweeds, tecidos até então considerados masculinos, em looks femininos. De acordo com o portal Spiner, nesta época também “aparecem vestidos com muitos botões em linha, como nos casacos masculinos e o uso por mulheres de gravatinhas estilo borboleta. Surgem as calças femininas em estilo pijama, inspiradas em odaliscas e também calças bufantes usadas com meias até o joelho para a prática de esportes.”
“Um terninho feito como o masculino numa mulher é duplamente provocativo: sugere tanto a influência direta do terno tradicional como as implicações eróticas de uma mulher num traje masculino. As mulheres que fizeram do terninho o seu emblema –Marlene Dietrich, Katharine Hepburn, Françoise Hardy, Bianca Jagger – são sem sombra de dúvida, sensuais, porém de forma discreta, um tipo de mulher que possui uma sexualidade como uma espécie de corrente submarina, em vez de um tsunami, e elas sabem como se mostrar arrogantes, mas é tudo lógico, moderadamente.Uma mulher em um terno de homem, desde que não esteja tentando disfarçar o fato de ser mulher, é sempre provocante”, ressalta o portal Spiner.
A partir daí a febre não parou mais. Na década de 50, a forte influência do rock levou ao guarda roupa deles e delas as calças jeans e as camisetas. Calças cigarrete mais justas também fizeram parte do vestuário feminino.
De acordo com o blog Estético e o Belo, “na década de 60, Yves Saint Laurent cria o Le Smoking, simbolizando o novo posto ocupado pela mulher na sociedade, com boa dose de glamour e atitude, o visual passou a fazer parte de todas as coleções do criador e do guarda-roupa das mais chics.”
Portanto, a relação entre mulher e a alfaiataria é um grande marco da história do vestuário no século 20. Agregado ao guarda roupa da mulher, o terno tailleur implica os mesmos valores de sensualidade e poder que estão neste traje como roupa masculina. Por este motivo é que a alfaiataria tem se mantido em destaque na história da moda.
Gostou?
Quer mais?
Envie comentários!!!
Bjooo Myscene!!!
Gostou?
Quer mais?
Envie comentários!!!
Bjooo Myscene!!!
Um terninho fica bem em qualquer mulher!!!
ResponderExcluirBjinho
Cecília